Como comecei nos games

Escrito por Elinaldo Azevedo
em 01/06/2023

Minha experiência com games iniciou quando vi um amigo do meu pai jogando um Atari 2600 nos anos 80. Aquilo me marcou muito, pois queria entender como um aparelho ligado à TV poderia trazer imagens em movimento que o espectador pudesse controlar. Para mim, foi o início de uma jornada. Pouco tempo depois, meu pai me presenteou com um Atari semelhante ao do amigo dele. Desde então, meu interesse só cresceu.

Durante o período escolar, o sonho de criar jogos e desafios sempre me fascinou. Costumava a criar desafios, mesmo fáceis e bobos, envolvendo matemática, lógica e outros jogos como xadrez ou damas. Às vezes brincava com colegas de sala para disputar quem fazia os melhores desafios.

Quando fui apresentado ao mundo do RPG, por um dos colegas dos desafios, meu mundo virou novamente. Iniciei lendo os livros-jogos de Steve Jackson e Ian Livingstone, que utilizavam lápis, papel e dados de 6 lados, ou seja, o básico do básico no que entendemos como criação básica de mecânicas de jogos. Neste período, começava uma jornada sem volta ao mundo da imaginação.

Nunca tive os videogames do momento. Depois do Atari 2600, tive um clone do Nintendo 8 bits, o Dynavision 3, mas não tive outros que se seguiam no mercado, como Master System, Mega Drive, Super Nintendo, PS1 ou PS2 etc, isso porque eram muito caros para meus padrões, e para compensar eu jogava nas locadoras de games e na casa de conhecidos. Meu nível de criação de desafios interativos entrou em um modo digital de tal forma, que não conseguia mais sair.

Ainda no colegial, por volta de 1992, fui até uma feira de informática com meus amigos na minha cidade, a SEPAI, e lá haviam stands com várias empresas que mostravam as novidades do mercado da época. Foi em um destes stands que experimentei pela primeira vez um MSX que tinha instalado a linguagem LOGO, aquela da tartaruguinha, e foi revelador pra mim.

Em 1994, ganhei meu primeiro computador, era um Intel 386 DX de 40 Mhz, com 4 MB de RAM, com tela monocromática em escala de cinza, o pacote vinha com Windows 3.1, mouse e teclado. Lembro que nesta época, a moeda brasileira passava por transição ao Plano Real(R$), então qualquer computador era comprado em Dólar(US$) e deveria ser feita uma conversão através da URV(Unidade Real de Valor) para comprar. Com este equipamento comecei a vivenciar realmente um novo mundo que estava surgindo, a informatização. Termos como "Cybercultura", "Cyberespaço", "Hyperlink" e etc surgiram nesta época. Para instalar um jogo, tínhamos que utilizar vários disquetes de 5'' 1/4 ou 3'' 1/2, isso antes do advento dos CD-ROMS. Jogar online, somente com um Fax/Modem, e ainda tínhamos que ligar para o amigo que também tinha um modem para jogar o jogo Doom ou Duke Nukem 3D.

Foi através deste entendimento com a computação que comecei a utilizar linguagens de programação como Basic, Pascal, Delphi e C. Na época, poucos eram os cursos presencias para estas linguagens, mas haviam muitas revistas especializadas, cursos por correspondência e livros que ofertavam informações sobre elas. A partir deste grande momento, decidi entrar na área de computação para criar programas e jogos digitais.

Formei-me cientista da Computação em Janeiro de 2003. Tentei guiar meus trabalhos da faculdade dentro da área de games, então percebi que tudo que eu fizera poderia ser aplicado à área de Desenvolvimento de jogos. Desde uma apresentação em Informática na Educação até um simples exercício de Álgebra Linear (matriz curricular da época).

No final da graduação, fiz um curso de desenvolvimento de games em Game Maker do Marcos Romero, que já estava trabalhando com games em Belém e que já tinha criado um grupo de discussão para o curso. Ele deu o nome do grupo de Beljogos. Nos tornamos amigos e decidimos que iríamos incentivar a área de desenvolvimento na cidade através de cursos e palestras. Então começamos a fazer apresentações nas instituições de ensino. Até que conhecemos a Ingrid, Filipe e Michel para nos ajudar.

Depois fiz especialização na área de Gerência de Projetos de Software. Novamente, tentei encaixar meu trabalho final para a área. Logo após a conclusão do título, fui convidado à ser Professor e coordenador do primeiro curso de Jogos Digitais do Norte do Brasil, na época era o IESAM. Após a aquisição do grupo Estácio na compra do IESAM, continuei à frente da coordenação do curso de Jogos durante 8 anos. Formamos muito profissionais e criamos muito projetos legais para diversas áreas.

Já trabalhei em empresas de desenvolvimento de jogos para dispositivos móveis, com consultoria e tutoria de desenvolvimento de games e assessoria particulares para desenvolver aplicações que envolvam Realidade Virtual e Jogos.

Atualmente, até a data de publicação deste artigo, faço mestrado em Computação Aplicada na UFPA e estou focando a pesquisa em Inteligência Artificial e Realidade Virtual, sou Avaliador de projetos do programa Centelha e sempre busquei pesquisas de inovação que utilizem RV ou games.

*Imagem do topo gerada no Microsoft Designer.

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