Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

Escrito por Elinaldo Azevedo
em 23/05/2023

Finalmente assisti Dungeons&Dragons(2023). Não sou crítico de cinema, mas escreverei como um jogador fã, mestre de D&D e desenvolvedor de jogos, afinal cinema e games tem muito em comum. Confesso que não vi no cinema por falta de tempo e oportunidade, mas a experiência foi boa, além de que a dublagem BR foi muito boa também, feita pela Unidub. Antes de assistir, fico procurando as versões. Neste caso, gosto das dublagens da Unidub. 

Está tendo muita divergência de opinião entre os youtubers brasileiros (pelo menos os que eu acompanho). Uns massacram o filme e outros gostaram muito. Não sei realmente, se para os que odiaram, não gostaram do tema ou se não queriam dar o braço à torcer para as direções pautadas pelo seu ranço pessoal. Mas, pessoalmente, eu gostei do que assisti.

No início pensei que seria muito parecido com o filme D&D(2000), no qual foi muito fraco por tentar fugir das partidas de mesa e cair em um ar mais sério. Também é verdade que alguns atores não ajudaram muito. Uma produção típica do início dos anos 2000, com diálogos pobres, muitos efeitos computadorizados com qualidade duvidosa e interpretações canastronas dos atores. Isso reflete muito no seu fracasso de bilheteria e crítica popular. Outra primeira impressão que tive antes de assistir, era de que o filme ficaria semelhante à animação da Amazon Prime, The Legend of Vox Machina(2022), mas acho que serviu de inspiração para o clima leve do filme, apesar de ter muitas cenas sangrentas na animação.

Esta nova versão me fez ver que é possível fazer um filme baseado em RPG de mesa, com algumas emoções de quem estivesse realmente jogando. Bom, primeiramente, o filme trás muitas referências ao universo D&D(Wizards of the Coast/Hasbro). E sim! Tem referências à série animada Caverna do Dragão(1983). Então pude notar nos diálogos citações como o game Baldur's Gate, o monstro Observador(Beholder), o game Neverwinter, o mundo Forgotten Realms e até mesmo cenas que remetiam ao O Senhor dos Anéis e TES: Skyrim (jogo inspirado em D&D). Sempre digo que quando a nostalgia é bem aplicada, é 80% de certeza que o filme pode dar certo. Os outros 20% são de responsabilidade da produção.

Falando em produção, o filme é bem produzido, mas devemos ser um pouco mais chatos com algumas cenas em que os efeitos computadorizados não foram muito felizes. Mas isso não atrapalha a experiência. Também não vou entrar em detalhes sobre isso, pois meu objetivo é refletir como experiência.

No que cabe ao filme passar a sensação de estar em uma partida de RPG, ele cumpre bem. O plot principal cumpre bem seu papel, mesmo sendo uma história simples: "Um bardo e sua companheira de aventuras, se juntam com outros personagens para encontrar um artefato, resgatar alguém e salvar o mundo das forças do mal." Eis um plot de QUALQUER partida de RPG. O que deve diferenciar neste plot é a condução do DM (Dungeon Master, mestre de jogo). As decisões certas, as decisões erradas, quando tem um acerto crítico, quando tem um erro crítico, e até mesmo NPCs(Personagens Não Controláveis) são mostrados no filme.

Enfatizando o exemplo de NPC, que talvez muitas pessoas não entenderam, é a aparição de um Paladino na história, o personagem Xenk Yendar, aparece no momento oportuno da trama, como se o DM quisesse encaixá-lo para ajudar os jogadores. No filme, ele é muito bem treinado e com altas habilidades, um personagem com um nível alto. Após ajudar os personagens principais, ele segue seu rumo para não mais voltar, e assim como TODO NPC poderoso, ele entra e sai para dar equilíbrio às aventuras dos jogadores de níveis mais baixos. Ele conduziu até o artefato, se comportou com um mentor sábio, lutou contra guerreiros habilidosos, ajudou a lutar contra um dragão Themberchaud. Para derrotar qualquer dragão em D&D, toda ajuda é bem vinda.

Para encerrar, posso concluir que o filme D&D(2023) é um filme divertido. Mesmo que beba da mesma fórmula utilizada pelos filmes da Marvel e Guardiões da Galáxia, com o humor e cenas de ação, fica minha pergunta: Será que estes mesmos filmes da Marvel beberam da fórmula das partidas de RPG antes de aparecerem? Para quem joga RPG de mesa, sabe que toda partida com os amigos tem aquelas piadinhas internas, as ações em conjunto com seus personagens, a cooperação e até brigas entre si. Não posso dizer que me senti jogando realmente um jogo de RPG, mas garanto que tem muita coisa que somente quem joga vai saber identificar.


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